Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Sapindales
Família: Sapindaceae
Gênero: Litchi
Espécie: L. chinensis
Sinonímia: Scytalia chinensis, Dimocarpus litchi, Nephelium litchi, Corvinia litschi, Euphoria didyma, Euphoria sinensis, Nephelium chinense
Nomes Populares: Lichia, Lecheira, Licheira, Uruvaia, Morango-de-casca-grossa, Uva-chinesa, Líchia
Categoria: Árvores, Árvores Frutíferas
Clima: Subtropical, Tropical
Origem: Ásia, China, Filipinas, Índia, Indonésia, Taiwan, Vietnã
Altura: 9 a 12 metros, acima de 12 metros
Luminosidade: Sol Pleno
Ciclo de Vida: Perene
A lichia é uma árvore frutífera, perenifólia e ornamental, originária de regiões tropicais da Ásia e conhecida por seus frutos delicados e saborosos, que lembram morangos na aparência. De crescimento lento, atinge um porte arbóreo médio, entre 15 e 20 metros de altura. Sua copa é larga, com tronco curto, e ramagem ramificada, um tanto curvada para baixo. As folhas são opostas, pinadas, com dois a quatro pares de folíolos coriáceos, elípticos, inicialmente vermelho-acobreados e verde brilhantes quando maduros. Floresce em cachos na primavera, despontando numerosas flores pequenas, perfumadas, de cor branca, amarela ou verde. Após a polinização, que é feita por insetos, se formam no verão os característicos frutos, pequenos, com formato ovóide ou de coração, com uma casca áspera e rugosa e de cor rosa a avermelhada. A polpa é translúcida, suculenta, perolada e doce, com um delicioso aroma. Ela protege uma semente marrom escura e não comestível. Há três subespécies da planta, a Lichia chinensis chinensis, que é a mais difundida e cultivada, a L. chinensis javanensis, que é cultivada apenas na Malásia e Indonésia e a L. chinensis philippinensis, de frutos não comestíveis.
A árvore é de tamanho médio, atingindo 15 a 20 metros de altura, com folhas alternadas, cada folha com 15 a 25 centímetros de comprimento, com 2 a 8 folíolos laterais de 5 a 10 centímetros de comprimento; o terminal folheto está ausente. As novas folhas jovens são de um vermelho brilhante de cobre, em princípio, antes de se tornarem verdes e alcançar a sua plena dimensão. As flores são pequenas, verde-branco-amareladas ou brancas.
Os frutos, externamente semelhantes a morangos, formam cachos. Possuem casca rugosa, de cor avermelhada e fácil de ser destacada. A polpa é gelatinosa, translúcida sucosa, lembrando ao sabor de pitomba, e não é aderente ao caroço. Se presta para consumo ao natural, para a fabricação de sucos, compotas e ainda para a passa. Contém alto índice de vitamina C, além de possuir as do complexo B, sódio, cálcio e potássio.
Uma excelente árvore para o pomar doméstico, a lichia, além de produzir frutos delicados e saborosos, ainda é ornamental e fornece farta sombra. O fruto pode ser consumido in natura, preservando assim todo o seu perfume, ou desidratado como passa, assim como em compotas para consumir ao longo do ano todo. Riquíssimo em vitamina C, entra em receitas de sobremesas, sorvetes, iogurtes, geléias, licores e até caipirinha. Rapidamente após a colheita os frutinhos perdem a cor vermelha vibrante e tornam-se amarronzados, sem prejuízo do sabor. É rústica e seu manejo não é complicado. Inicialmente é importante imprimir-lhes podas de formação, que facilitam a iluminação da copa, assim como a colheita posterior dos frutos. Após isso, podas de limpeza, que removem ramos doentes e mortos, mantém a planta sadia e produtiva. Uma poda drástica, pode renovar a produtividade de árvores.
A introdução desta espécie no Brasil deu-se por volta de 1810 no Jardim Botânico do Rio de Janeiro. O Jornal Entreposto afirma que a introdução em escala comercial, entretanto, se deu no final da década de 1970, sendo Ikuto Maeda o produtor pioneiro no país, no município de Bastos, em São Paulo. Atualmente, a produção da fruta concentra em São Paulo, com uma parcela diminuta nos estados de Minas Gerais, Bahia e Paraná. Porém, nos últimos anos, uma doença causada por um ácaro praga chamado Aceria litchii está reduzindo a produção da fruta, tendo sido constatada pela primeira vez no Brasil em 2008, atacando severamente lichieiras adultas no município de Limeira, em São Paulo. O ácaro-da-erinose-da-lichia tem se espalhado rapidamente no Estado de São Paulo e comprometido a produção em pomares de lichia sem manejo adequado.
Não há, por enquanto, defensivo químico registrado para a cultura da lichia e, de acordo com o Instituto Biológico de São Paulo, o uso indiscriminado (e repetido) de agroquímicos poderá resultar em resistência da praga, tornando ainda mais difícil o seu manejo.
Deve ser cultivada sob sol pleno, em solo fértil, profundo, drenável, enriquecido com matéria orgânica e irrigado nos primeiros anos de implantação. Prefere climas marcados, subtropicais a tropicais, com um longo verão chuvoso e algum período frio no inverno, que é importante para estimular a floração e frutificação na próxima estação. No entanto, não tolera geadas ou frio intenso, abaixo de −4°C, principalmente as plantas jovens, que são são bastante sensíveis. Apesar de que aprecia irrigações frequentes, a licheira não se sujeita a encharcamentos, que rapidamente lhe afetam as raízes, portanto não é apropriada para solos excessivamente úmidos, assim como salinos. Da mesma forma, não se adapta em áreas sujeitas a estiagens. Multiplica-se por sementes, mas mais comumente por alporquia e enxertia, para a preservação das características da variedade mãe.
Alerta: Os frutos de lichia, principalmente os que ainda não estão bem maduros, possuem um efeito hipoglicemiante, que é agravado se consumido em grandes quantidades e de estomago vazio. Crianças são mais sensíveis a estes efeitos. Assim, há que se ter cuidado de oferecer apenas para crianças maiores, como sobremesa, após alguns refeição e em pequenas quantidades.
Usos: Pode ser consumida in natura (fresca) ou em forma de doces, geleias, iogurtes e sorvetes. A lichia é, ainda, utilizada na fabricação de cosméticos, pois o fruto possui propriedades antioxidantes.
Toxicidade: O fruto comestível de lichia contém aminoácidos incomuns que interrompem a gliconeogênese e a β-oxidação de ácidos graxos. Isto é bem estabelecido em relação tanto ao fruto de lichia como, mais particularmente, ao fruto de seu primo, a planta de ackee (Blighia sapida), membro das Sapindaceae originário da África Ocidental e transplantado no século XVIII para o Caribe.
Referências:
Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Litchi_chinensis. Acessado em: 07 jul 2021.
Disponível em: https://www.jardineiro.net/plantas/lichia-litchi-chinensis.html. Acessado em: 07 jul 2021.