…Para isso tenho tentado buscar por metodologias mais ativas, em que o aluno possa ser o protagonista…
Em meio a uma pandemia que isolou quase um terço dos habitantes do planeta em casa e que alterou a dinâmica de todas as relações, me vi, de uma hora pra outra, do dia para a noite, tendo também que alterar minha dinâmica de trabalho. Sem dúvida alguma, o ofício dos professores foi um dos que sofreu maiores mudanças.
Antes, meus instrumentos essenciais de trabalho eram o meu corpo e a minha voz, e agora passou a ser a tecnologia. Tive que adaptar, também, a minha rotina doméstica com essa nova forma de trabalhar. A prática docente agora é totalmente visível. É como se abrisse a minha sala de aula (que passou a ser a minha casa) para o mundo!
O “X” da questão não está apenas em saber ou não usar a tecnologia ou de os alunos terem ou não computador em casa. Na realidade, o maior problema é que ninguém estava preparado para promover aprendizado de uma maneira diferente de uma hora pra outra.
Os dias foram passando e fui aprendendo e me acostumando a trabalhar com esses novos instrumentos. Mas aí veio um segundo desafio: como engajar os alunos nas aulas? Como tornar as aulas interessantes? Como entender se as aulas estão tendo sentido para eles? O que fazer quando o conteúdo é extenso e até mesmo entediante? E, principalmente, como não afetar a saúde mental de cada um, com uma sobrecarga de informações e tarefas?
Para isso tenho tentado buscar por metodologias mais ativas, em que o aluno possa ser o protagonista, participando, atuando e opinando mais. Como exemplo, posso citar um trabalho desenvolvido com a 3ª série do Ensino Médio, em que fizemos uma aula invertida. Tínhamos trabalhado com um tema que eles costumam achar “entediante” – Mineração no Brasil. Após trabalhar o conteúdo, cada aluno pesquisou acidentes ou problemas ambientais decorrentes da mineração no país e apresentou em aula. Assim, diversificamos a dinâmica da aula. Houve uma participação efetiva, sem falar que quando explicamos um assunto, realmente aprendemos muito mais sobre ele. Fica aí, então, uma dica de como tornar sua aula remota interessante.
Tenho certeza de que quando superarmos essa pandemia, iremos incorporar várias dessas práticas utilizadas nas aulas remotas a nossa rotina.
Profª. Ellin Cristina Neves (Geografia)